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Foto do escritorRev.Dorgival Santos Silva

A importância da vida espiritual da família

Boa Noite a Todos!!


Gostaria primeiro de me desculpar por ter alterado a data do culto, mas em virtude dos pedidos dos membros e com o objetivo de dar oportunidade a todos de participar desta cerimônia, estamos hoje realizando nosso Culto Mensal.

A partir de Maio, o Culto da Sede será realizado sempre no primeiro sábado de cada mês, as 19h00.


Hoje, gostaria de falar sobre família, sobre a importância da vida espiritual da família.


Pesquisando sobre este assunto e buscando sempre como referencia os ensinamentos de Meishu-Sama, encontrei algo interessante; uma linha que fala sobre o karma e nossos resgates e posteriormente encontrei uma orientação dada por um Reverendo da época de Meishu-Sama, a quem eu admiro pelo modo como orientava as pessoas.


Karma é uma expressão que vem do sânscrito e significa ação. Nesse contexto, é uma ação que deve ser tomada para remover ou modificar erros do passado. Evitar o karma é impossível, mas é possível agir para que ele seja positivo.


A família é um dos maiores karmas que temos, já que nela foram reunidas em um único grupo espiritual, almas afins, principalmente no que tange as necessidades de evolução espiritual. Cada família tem um propósito comum entre seus integrantes. No entanto, para todos os casos, as famílias se formam para aflorar suas afinidades e qualidades e é aí que os conflitos começam, principalmente porque não estamos acostumados a enxergar a família como o celeiro da reforma íntima na Terra.


Há uma percepção por parte do ser humano espiritualizado que diz que a Terra é uma escola, porque aqui nos são oferecidas todas as condições necessárias para evoluir. Para entender a importância da família, temos que entender que se a Terra é uma escola então a família é a sala de aula.


A família é o cenário perfeito no qual somos inseridos, porque proporciona inúmeras possibilidades de resgates de uma só vez. Na família se reencontram desafetos de outras vidas, vilões e suas vítimas, assassinos e assassinados, assaltantes e assaltados e tantas outras relações mal resolvidas do passado que são re-arranjadas na estrutura da família.

Porque nascemos filho, irmão, pai, neto, esposo, esposa, sobrinho, cunhado, primo, sogro, sogra, genro, nora, tio ou tia daquela pessoa específica?


São as necessidades de resgates que determinam o grau de parentesco. A família é a união de espíritos reunidos com o propósito de aflorar as afinidades, bem como eliminar desarmonia e curar os desafetos nas relações. Vale a pena evidenciar que a sabedoria divina é tão bondosa, que não só reúne espíritos conflitantes em um grupo espiritual chamado de família, há também a aproximação de espíritos afinizados por sentimentos positivos.


Se só houvesse almas conflitantes em uma família, a reforma íntima e a harmonização entre os espíritos conflitantes seria muito dificultada. Assim sendo, Deus, em sua infinita demonstração de amor, proporciona que tenhamos estreito contato com as almas de maior sintonia também, favorecendo ao afloramento do sentimento de amor, respeito, entre tantos outros.


Olhe para sua família, faça uma análise criteriosa... Perceba que você não demorará muito para perceber que alguns integrantes são pessoas que recebem seu maior afeto, já outras seu desafeto ou no mínimo a sua indiferença.


Não caia nessa armadilha, já que nessas pessoas identificamos nossas maiores necessidades de resgate. Contudo, o que determina o grau de parentesco, de forma que você possa identificar na prática, é o que esse grau de parentesco pode proporcionar como lição para a evolução da alma humana.

É comum haver como proposta de evolução na relação de uma mãe para um filho, a necessidade de amar incondicionalmente, a necessidade do desenvolvimento da paciência, da dedicação de tempo, auto renúncia, entre tantos sentimentos envolvidos que só quem é mãe para saber.


A relação de sogra e genro, por exemplo, tem como característica típica o afloramento do ciúmes, da posse, do apego, por isso é tão comum haver conflitos entre sogra e genro.


Em todos os casos, inúmeras situações mostram que famílias podem se harmonizar, com grande naturalidade, desde que, em primeiro lugar estejam dispostas a aprender a amar, e principalmente a dizimar as cobranças baseadas nos sentimentos negativos. Essas cobranças de comportamento são as grandes causadoras de conflitos entre as famílias e as principais responsáveis pelo aprisionamento que as almas tem umas com as outras, mostradas por sucessivas encarnações que não conseguem produzir a transmutação do karma das relações, o que criam na maioria das vezes é o aumento desses conflitos, gerando um emaranhado de karmas nas relações ao longo das encarnações.


Quando o grau de parentesco fica mais distante, em que não há necessidade de convívio diário ou constante, manifesta menor atração kármica entre as almas, ou seja, menor necessidade de resgate.

Por que não lembramos dos nossos desafetos de outras vidas?


Graças à lei do esquecimento. A ação do plano espiritual faz com que tenhamos condições de retornar para uma nova chance, uma nova reencarnação, para reparar erros e aumentar acertos, contudo precisamos ter um sentimento de neutralidade que ainda não estamos prontos para ter. Dessa forma, nos é apagado do consciente, as memórias das experiências de vidas passadas, para que possamos aceitar a vida vigente na Terra, ao lado dos desafetos do passado sem que haja recusa. Na condição atual da humanidade, ainda não estamos prontos para reencarnar com total consciência dos acontecimentos do passado, sem deixar que essa memória nos atrapalhe o livre arbítrio.


Muitas vezes durante uma vida, nota-se certas mudanças que hora aproximam, hora distanciam as relações. Essas situações podem lhe mostrar o afloramento das necessidades de harmonização das relações, bem como podem lhe dar indícios de que essa harmonização já está ocorrendo.


Não se entristeça, não se vitimize, nada, absolutamente nada está errado. A vida não nos dá muitas vezes o que achamos melhor ou o que desejamos, mas sempre nos oferece o que necessitamos para evoluir. Reclamar, lamentar, se vitimizar por conta da sua estrutura familiar é um grande erro que mostra que você ainda não sabe absolutamente nada sobre a importância da família na evolução espiritual.


Tem uma metáfora chamada Aprendendo a dizer não, que mostra uma mudança que muitos aqui querem fazer em suas vidas, mas o medo e o comodismo travam suas escolhas...


“Quando Angela tinha apenas dois ou três anos, seus pais a ensinaram a nunca dizer NÃO. Ela devia concordar com tudo o que eles falassem, pois, do contrário, era uma palmada e cama.

Assim, Angela tornou-se uma criança dócil, obediente, que nunca se zangava. Repartia suas coisas com os outros, era responsável, não brigava, obedecia a todas as regras, e para ela os pais estavam sempre certos.


A maioria dos professores valorizava muito essas qualidades, porém os mais sensíveis se perguntavam como Angela se sentia por dentro.

Ângela cresceu cercada de amigos que gostavam dela por causa de sua meiguice e de sua extrema prestatividade: mesmo que tivesse algum problema, ela nunca se recusava a ajudar os outros.


Aos trinta e três anos, Angela estava casada com um advogado e vivia com sua família numa casa confortável. Tinha dois lindos filhos e, quando alguém lhe perguntava como se sentia, ela sempre respondia: "Está tudo bem."

Mas, numa noite de inverno, perto do Natal, Angela não conseguiu pegar no sono, a cabeça tomada por terríveis pensamentos. De repente, sem saber o motivo, ela se surpreendeu desejando com tal intensidade que sua vida acabasse, que chegou a pedir a Deus que a levasse.


Então ela ouviu, vinda do fundo do seu coração, uma voz serena que, baixinho, disse apenas uma palavra: NÃO.


Naquele momento, Angela soube exatamente o que devia fazer. E eis o que ela passou a dizer àqueles a quem mais amava:


Não, não quero.

Não, não concordo.

Não, faça você.

Não, isso não serve pra mim.

Não, eu quero outra coisa.

Não, isso doeu muito.

Não, estou cansada.

Não, estou ocupada.

Não, prefiro outra coisa.


Sua família sofreu um impacto, seus amigos reagiram com surpresa. Ângela era outra pessoa, notava-se isso nos seus olhos, na sua postura, na forma serena mas afirmativa com que passou a expressar o seu desejo.


Levou tempo para que Angela incorporasse o direito de dizer NÃO à sua vida. Mas a mudança que se operou nela contagiou sua família e seus amigos. O marido, a princípio chocado, foi descobrindo na sua mulher uma pessoa interessante, original, e não uma mera extensão dele mesmo. Os filhos passaram a aprender com a mãe o direito do próprio desejo. E os amigos que de fato amavam Angela, embora muitas vezes desconcertados, se alegraram com a transformação.


À medida que Angela foi se tornando mais capaz de dizer NÃO, as mudanças se ampliaram. Agora ela tem muito mais consciência de si mesma, dos seus sentimentos, talentos, necessidades e objetivos. Trabalha, administra seu próprio dinheiro, e nas eleições escolhe seus candidatos.


Muitas vezes ela fala com seus filhos: "Cada pessoa é diferente das outras e é bom a gente descobrir como cada um é. O importante é dizer o que você quer e ouvir o desejo do outro, dizer a sua opinião e ouvir o que o outro acha. Só assim podemos aprender e crescer. Só assim podemos ser felizes."


Não estou aqui cobrando que seu comportamento seja ou paciente, ou sério, ou sorridente, ou mais severo ou qualquer que seja... Apenas recomendo que desperte para o entendimento da importância da família na sua evolução espiritual, pois se você falhar nessa compreensão, as consequências negativas poderão adentrar aos futuros séculos da nossa existência.


Queria que prestassem atenção nesta orientação dada a um Ministro, há muitos anos atrás, por um grande reverendo, cujo assunto é família:


“Antes de retornar à Nagóia, o Chefe da Igreja de Nagano, sabendo que ainda havia uma hora para o embarque, apresentou-me a sete ministros, dizendo o seguinte: “Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para receber sua orientação.”

Dentre estes sete ministros, havia um jovem ministro chamado Sr. E cuja esposa estava acamada há seis anos por motivo de paralisia cardíaca.

Ali mesmo perguntei várias coisas sobre os sintomas da doença, mas tudo estava muito vago, sendo muito difícil entender o caso. Ele disse-me: “Ele está acamada há seis anos, mas, como se alimenta bem, não ficou enfraquecida. Acho que se trata de uma doença muito esquisita”.


Contudo, o Sr. E se dizia saudável e tinha três filhos.

Ao ouvir isto, pensei o seguinte: “Embora o Sr. E se encontre numa posição de liderança na Obra Divina, de orientar pessoas, inclusive membros, qual será o seu pensamento com relação às doenças da sua esposa? Como lida com esta situação? Por que motivo ele, juntamente com seus três filhos, está há seis anos sofrendo sem alcançar a solução para seus problemas familiares?” Certamente, há algum problema com relação à fé do Sr. E.


Precisei contar a este jovem ministro sobre a minha própria experiência. Há vinte anos perdi minha adorada esposa e, há dez anos, o irmão mais velho deste que hoje me acompanha, faleceu aos 31 anos de idade. Após contar os pormenores da perda de meus entes queridos, disse-lhes o seguinte: “O ser humano carrega nas costas uma cruz invisível. Uma vez nascido neste mundo, é preciso retornar ao Mundo Espiritual. Creio que o nascimento e a morte são desejos de Deus. Quando minha querida esposa e meu filho ficaram doentes e faleceram, encarei como desejo Divino. Este foi o sentimento de alguém que acreditava ter entregue tudo a Deus e, como membro, desejava a felicidade das pessoas.


Num poema de Meishu-Sama destaco o trecho onde ele diz:


“A Verdade é o caminho,

O Bem é a ação,

O Belo é o sentimento.

Desejo, ardentemente, que todos os cultivem.”


Interpreto o trecho “A Verdade é o caminho”, como sendo o ‘verdadeiro caminho’, o ‘caminho como ser humano’. Mas, quando analiso sob o ponto de vista de quem vê seus parentes se defrontarem com a morte, acho que significa o papel a ser desempenhado como esposo e como pai. Sr. E, será que você está desempenhando o seu papel?”


O Sr. E, cabisbaixo, não respondeu a minha pergunta. O Chefe da Igreja tentou defendê-lo: “Desculpe minha intromissão, mas ele cuida bem da sua esposa, esforçando-se muito”. Ao que continuei: “Sabe, até entendo o que o seu chefe diz, mas todo mundo fala em “esforço” da boca para fora. Será que você realmente está se esforçando em cuidar da sua esposa doente? Em se tratando de um casal com filhos, para você como esposo, sua mulher é como a sua própria metade. Se ela está acamada é como se você próprio estivesse com metade do seu corpo paralisada. Portanto, quando você orienta alguém no caminho da fé, mas tem alguma aflição interior, suas atitudes ficam enfraquecidas. Por isso questiono até que ponto, como esposo, você aprofundou seu amor por sua esposa?”


Eu sei que minhas palavras foram duras. Mas, de qualquer maneira, um missionário religioso precisa compreender esta rigidez. Continuei: “Por exemplo, será que sua esposa está realmente agradecida pelos seus cuidados? Qualquer pessoa doente, por causa da dor e do sofrimento, lamuria por todas as coisas do mundo. Quando está de cama, a pessoa pede diversas coisas, fica cheia de vontades: quero assim, quero assado. Se experimentarmos nos colocar no lugar do doente em sofrimento, certamente, veremos que, primeiramente, surge a lamúria e dificilmente se consegue agradecer.”


Em seguida, falei mais sobre minha experiência: “Durante os 70 dias que minha esposa esteve doente, desde que caiu de cama até seu falecimento, cuidei dela empenhando-me de corpo e alma. Vou lhe explicar claramente a respeito. Passado um mês de acamada, ela me disse: “Sinto muito por todo sofrimento que estou lhe causando com minha doença”. Pude perceber, em meio aquele estado doentio, a sua extraordinária atitude de demonstrar o quanto estava agradecida. Quanto mais percebia isto, mais me sentia compadecido e mais ainda me esforçava. Pensava em tentar ficar doente juntamente com ela. Sentia do fundo de mim que a luta da minha esposa também era minha. Foi com constante gratidão e pedido de perdão que ela partiu deste mundo. Quando penso que vivemos 25 anos juntos, tivemos e criamos nossos filhos e que ela se empenhou ao máximo como minha esposa, vejo que mais do que a tristeza de tê-la perdido, resta em mim uma imensa gratidão por ela.


Quando meu filho adoeceu, desempenhava a missão de reverendíssimo da Igreja mas, sem esmorecer no trabalho, às vezes voltava um pouco mais cedo para casa e permanecia junto ao seu leito, cuidando dele até duas ou três horas da madrugada. Nestas ocasiões, meu filho dizia-me com ar nostálgico: “Papai, por favor, vá descansar. Se o senhor se cansar por minha causa, não terei como me desculpar a Deus.” Não conseguia me conter ao ver como ele, contudo, me tratava com carinho e respeito. Respondia-lhe que estava bem e, para não preocupá-lo, recolhia-me ao descanso. Foi assim que, numa certa manhã, ele partiu para o Mundo Espiritual como quem estivesse dormindo. Neste momento percebi que esta era a minha cruz. “Já se passaram dez anos desde seu falecimento, mas embora deseje sonhar com ele, até hoje, não o encontrei uma vez sequer.”


A esta altura, novamente, perguntei ao Sr. E: “Você realmente cuida da sua esposa com todo amor, de forma que ela se sinta satisfeita?”

Eu não pretendia obter resposta alguma. Desejava apenas que aquela pergunta tocasse profundamente o seu íntimo. Continuei: “Se não houver como lhe oferecer mais cuidados do que já oferece, se não puder amá-la mais do que já ama, então, se for para ela continuar viva, ela se restabelecerá. Ou então, se sua missão na Terra já tiver acabado, retornará, feliz, ao Mundo Espiritual. De qualquer maneira, não restarão remorsos. Encontrei-o hoje pela primeira vez e nem sequer conheço sua esposa, mas estarei orando por ela, de agora em diante. A vida e a morte pertencem somente a Deus: fogem à nossa compreensão. O importante é se há esforço máximo ou não. Cuide da sua esposa para que não sinta remorsos depois”.- encerrando assim minhas palavras.


Não havia tempo para continuar a falar. Assim, partimos para a estação de trem.

No trem de volta, meu filho iniciou a conversa dizendo-me: “Pai, desde que retornei ao Japão, esta é a primeira vez que ouço uma orientação tão severa e culminada de salvação. Esta orientação me tocou o íntimo e senti como se eu próprio estivesse sendo orientado. Só fico a pensar se aquele Sr. E compreendeu ou não o que o senhor disse”.

“Não, ele não precisa entender logo. Palavras ditas com seriedade e desejo de que a pessoa seja feliz, certamente, calarão em sua alma e, algum dia, ela compreenderá o verdadeiro significado. Se logo a pessoa “engole” a orientação e, imediatamente, a coloca em prática, não se pode contar muito. Eu mesmo tive a permissão de receber várias orientações de Meishu-Sama. Mesmo aquilo que na hora não me tocou muito, ainda tenho guardado e quanto mais me recordo, mais sinto a sua intensidade e, novamente, consigo compreender. É dessa maneira que vamos absorvendo os Ensinamentos. Por isso, não há problemas se ele não tiver compreendido imediatamente.


“Só o fato de eu ter entendido, já foi suficiente”.

“Talvez sim. Acontece que eu não distingo se é meu filho ou alguém estranho. Como tudo se trata dos Ensinamentos de Deus, não tive a menor intenção de dizer aquilo para que você entendesse ou não”.



Na nossa condição de sacerdote, missionário, falar da salvação da humanidade, da construção de um mundo melhor, inspirar esperança no coração das pessoas quando passam por grandes infortúnios, faz parte de nossa missão, alguns usam palavras bonitas, mostram-se sábios em suas palavras, mas quando sentimos na pele a dor, a perda, a morte, a desilusão, a fome, a miséria, o conflito, muitas vezes não sabemos como enfrentar.


Por isso, fé é algo que não se mede e não se compra... Confiar na Divina Providência, aguardar no tempo de Deus e mesmo querendo desistir, persistir e ir em frente, sabendo que alguma coisa vai acontecer, isso sim, nos torna fieis Servidores, verdadeiros discípulos de Meishu-Sama, com proteção, com sabedoria e com muita paciência..


Quero finalizar com uma metáfora, muito bonita, chamada O Fundo do Poço, para refletir..


“Havia um índio de uma tribo Maia, que morava próximo à um rio e que vivia muito bem com sua família. Ele plantava milho para consumo próprio e o que sobrava trocava com outros companheiros por arroz, trigo e outros cereais. Para complementar a alimentação de sua família ele pescava e caçava pelas redondezas. Durante muito tempo tudo corria na mais imensa paz e sua vida era um imenso mar de rosas, mas o ano que se aproximava lhe trazia surpresas nada agradáveis.


Nesse ano, houve uma seca muito grande, o rio secou, a sua plantação de milho morreu, e os animais que andavam por aquelas redondezas desapareceram. Para piorar as coisas, sua mãe que estava de idade avançada contraiu dengue, seu filhinho contraiu malária e sua esposa que estava grávida de 4 meses acabou tendo um aborto acidental. Tudo isso fez com que ele ficasse desesperado, pois além de estar passando fome tudo mais em sua vida estava dando errado. Ele já não sabia a quem recorrer e estado de agonia resolveu ir conversar com o pajé da tribo.


Ao chegar para conversar com o pajé, o amigo índio foi logo desabafando e contando todos os problemas que estava passando naquele momento. O pajé apenas ouvia atentamente sem proferir nenhuma palavra. O índio continuou falando, falando, falando até que percebeu que o pajé não havia proferido palavra alguma.


Desesperado e já em prantos, o índio gritou:

- Por favor pajé, me dê uma luz! Será que você não percebe o meu desespero. Já não sei mais o que fazer da minha vida.

O pajé suspirou e com uma voz calma disse:

- Meu filho, alegre-se, pois a hora mais escura da noite é aquela em que o sol está mais próximo de nascer.



Boa missão a todos...e que cada um abrace sua família, seus amigos com gratidão, aceitando os limites individuais e oferecendo o seu melhor sem esperar nada em troca....


Reverendo Dorgival




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