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  • Foto do escritorRev.Dorgival Santos Silva

Alegria e tristeza, solidão, união, perdas e conquistas, tudo se torna uno no Servir a Deus

Boa noite a todos!!!


Na última semana do mês passado, tivemos a permissão de entronizar as Imagens Sagradas em duas unidades de Minas Gerais: Carmo da Mata e Uberlândia. Viajamos mais de 1750 km em dois dias e graças a Deus e Meishu Sama, tudo correu bem e pela alegria das pessoas presentes, valeu qualquer esforço. Parabéns a todos que colaboraram e se esforçaram para que isso acontecesse.


Também no mês passado, faleceu um Reverendo chamado Francisco Jésus Fernandes, ao qual eu fui muito ligado quando estava em outra Organização Messiânica. Eu cuidava de uma unidade aqui em São Paulo e a linha de dedicação que ele utilizava foi a que eu adotei e, por isso, sempre pedia sua orientação. Criamos tanta afinidade que quando sai, ele me procurou, fui em sua casa duas vezes, ele me dizia que eu era seu filho e nunca me abandonaria e queria me levar para África e outros locais. O tempo passou, muita coisa aconteceu e nos desencontramos, surgiram até mal entendidos por eu ter escolhido outro caminho. Bom, ele faleceu e sinto que este fato deixou uma lição a todos nós : Que marcas este reverendo deixou nas emoções de quem conviveu com ele? Onde ele influenciou seus caminhos? Que reações marcaram sua maneira de ver a vida?

São lições que busco e até utilizo como tema desta palestra hoje: Alegria e tristeza, solidão, união, perdas e conquistas, tudo se torna uno no Servir a Deus!


A morte de alguém querido, sempre marca nossa vida e imagino o tamanho da dor das pessoas que o amavam com sinceridade devem estar sentindo. A mesma coisa se dá em nossa Igreja, em nosso trabalho e principalmente em nossa casa. Achei um texto, e através dele, gostaria de prestar uma homenagem não apenas a este reverendo, mas a todos os religiosos que se dedicam a levar esperança, alegria, a cultivar sonhos no coração das pessoas e muitas vezes a família fica em segundo plano devido a sua dedicação e a sua renúncia.

Tenho certeza que a pessoa que o formou durante anos, com orientações, deve ter sentido sua partida como se fosse a perda de um filho.


O texto se chama: O Religioso e os Filhos. Narra antiga lenda que um religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família: uma esposa admirável e dois filhos queridos. Certa vez empreendeu longa viagem, ausentando-se do lar por vários dias. No período, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãe sentiu o coração dilacerado de dor.


No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura. Mas, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia? Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção. Lembrou-se de fazer uma prece, rogando a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o religioso retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos. Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois, estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos. A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido:


- Deixe os filhos. Primeiro quero que você me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado, perguntou:

- O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse... Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

- Ora, mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades! Por que isso agora?

- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o religioso respondeu com firmeza:

- Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem Ele veio buscá-los. Eles se foram...

O religioso compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.


O ensinamento e o salmo deste Culto foram escolhidos com o objetivo de todos refletirem sobre os últimos acontecimentos em nosso planeta, em nosso país , em nossa vida e em alguns casos em nossos lares.


No servir a Deus, alguns sentimentos e sensações se unem num mesmo momento, para termos alegrias, muitas vezes elas foram precedidas de tristezas, para termos saúde perfeita, por vezes sofremos antes com doenças, para termos união e fraternidade, muitas vezes sofremos a dor da solidão, dos conflitos e da angústia.


Muitas pessoas ficam sofrendo, lamuriando em suas fraquezas, ao invés de VIVER...

Há muito tempo atrás, quando era responsável por um grupo jovens em São Caetano do Sul, preparamos um seminário e um dos palestrantes citou uma frase em japonês que me marcou pela mensagem que transmitia e porque um mês antes, tinha acabado de chegar de lua de mel e eu e minha esposa assistimos um filme chamado Sociedade dos poetas mortos. Eu assisti várias vezes e anotei trechos do filme; chamei minha equipe de jovens e todos assistimos várias vezes, com o objetivo de tirar lições e as utilizarmos no setor de jovens.


Numa cena do filme um professor está em frente a uma galeria de fotos de ex-alunos que se formaram numa tradicional escola, ele pede para que os alunos se aproximem da galeria para ouvirem o espírito de seus predecessores a dizer: "carpe diem".

Ele dizia: "Se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurar o seu legado. Vão em frente. Escutem, estão ouvindo? - Carpe - ouvem? - Carpe, carpe diem, aproveitem o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas."


A frase que o Ministro citou foi: ICHI NICHI JOO – UM DIA, UMA VIDA. Quer dizer, que pela maneira como a pessoa leva a o dia, vai determinar como levará sua vida. Por exemplo: se uma pessoa começa o dia animada, com vontade de realizar algo, com vontade de fazer alguém feliz, com vontade de servir alguém, essa pessoa vai passar a vida toda fazendo alguém feliz, servindo alguém e mais do que isso, vai receber tudo de volta. Pessoa que amanhece o dia desanimada, reclamando de tudo, vai passar a vida toda desanimada, então, tudo depende até da maneira que a acordamos de manhã, de como queremos levar nosso dia, isso vai determinar como será a vida da gente.


Temos tanta coisa a fazer, a aprender, mas muitas vezes ficamos presos num mesmo lugar. Num trecho do salmo de hoje temos: “ O verde campo primaveril a cada ano se refaz. Preocupante é a transformação do mundo.”

Temos a natureza que nos ensina sempre, mesmo quando tudo está bonito, algo acontece para que possa ressurgir mais forte, vigoroso, mais belo.

Chico Xavier tem uma frase que diz: ““ Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim; todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge triunfante e bela!... Novas folhas, novas flores, na indefinida bênção do recomeço!...”


Temos que ter em mente que o amor de Deus é sábio, justo e na medida certa. Seu socorro vem sempre no tempo Dele, por isso temos que aprimorar a paciência, controlar a ansiedade e ampliar nosso sentimento de gratidão. Agradeça todas as dificuldades que enfrentar; procure entender que se não fosse por elas, você não teria saído do lugar. As facilidades por vezes nos impedem de caminhar.

Muitas vezes queremos tanto uma graça, por acharmos que será ela que mudará nossa vida, mas quantas e quantas pessoas, ao alcançarem o que tanto almejavam, caem em sofrimento, frustração e começam a dizer que eram felizes e não sabiam.. Será que a graça virou sofrimento?


Meishu-Sama diz em outro trecho do salmo:


“Abra os olhos! Perceba, na destruição, um trabalho divino lançando o martelo da construção.”


Tem uma metáfora chamada Benção ou desastre, ela diz assim:


“ Um homem que vivia no norte da China, perto da fronteira, era hábil na interpretação dos acontecimentos. Certo dia, por nenhum motivo aparente, o cavalo de seu filho saiu correndo em disparada e desapareceu do outro lado da fronteira, na terra dos nômades. Todos procuraram consolá-lo, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é uma bênção?

Alguns meses depois, o cavalo voltou, trazendo consigo um esplêndido garanhão nômade. Todos o congratularam, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é um desastre?

A família ficou enriquecida com o belíssimo animal, que o filho adorava montar. Até que um dia o rapaz caiu e quebrou o quadril. Todos foram consolá-lo, menos seu pai:

- Como você pode estar certo de que isso não é uma bênção?

Um ano depois, os nômades atravessaram a fronteira à força. Todo homem capacitado foi obrigado a tomar o arco e ir para a guerra. Os chineses perderam nove de cada dez homens. Foi somente porque o rapaz ficara aleijado que pai e filho sobreviveram para cuidar um do outro.

Verdadeiramente, as bênçãos se tornam desastres, e os desastres bênçãos. As mudanças não tem fim, nem o mistério da existência pode ser sondado.”


Interessante esta mensagem. Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas. Se pensarmos bem, nós não viemos a este mundo para nos banhar em um mar de águas calmas, temos que aproveitar os acontecimentos e procurar aprender o máximo em cada situação.

Vamos quebrar as correntes que nos prendem aos medos, opressões. Vamos derrubar o muro que separa a ignorância da sabedoria. Temos que buscar a excelência em nossa missão, no encaminhamento, na ministração do Johrei, no sentimento e materialização da gratidão. Ter medo de aprender é a desculpa dos omissos, dos covardes.. Nunca é tarde para aprender. Vamos quebrar todos os preconceitos quando estivermos dedicando no Servir pleno a Deus e Meishu-Sama.


Vou finalizar com um trecho do livro que estou lendo chamado O Vendedor de Sonhos, que é o que procuramos fazer aqui, diariamente, ao atender as pessoas que chegam...


“Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta. O choro das nuvens que deveriam promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os grandes animais bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás. Devastavam tudo o que estava à frente. Os animais menores seguiam seus rastros. De repente uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando a quem salvar.

”As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: ’Você é louca! O que poderá fazer com um corpo tão frágil?’. Os abutres bradaram: ’Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!’. Por onde a frágil andorinha passava, era ridicularizada. Mas, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar. Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase se entregando. Apesar de nunca ter aprendido a mergulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote no bico.


”Ao retornar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar: ’Maluca! Está querendo ser heroína!’. Mas não parou; muito fatigada, só descansou após deixar o pequeno beija-flor em local seguro. Horas depois, encontrou as hienas embaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta: ’Só me sinto digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem’.”


No momento seguinte, após uma inspiração profunda e penetrante, o vendedor de sonhos disse a mim e a meus amigos:

— Há muitas hienas e abutres na sociedade. Não esperem muito dos grandes animais. Esperem deles, sim, incompreensões, rejeições, calúnias e necessidade doentia de poder. Não os chamo para serem grandes heróis, para terem seus feitos descritos nos anais da história, mas para serem pequenas andorinhas que sobrevoam anonimamente a sociedade amando desconhecidos e fazendo por eles o que está ao seu alcance. Sejam dignos das suas asas. É na insignificância que se conquistam os grandes significados, é na pequenez que se realizam os grandes atos. “

Quantas vezes agimos como hienas ou abutres em muitos momentos de nossa vida?

Sinto muitas vezes como se nós aqui na Arte do Johrei fossemos como essa andorinha, tentamos dentro de nossa condição, oferecer o melhor, procuramos ser dignos das nossas asas, utilizando-as para fazer os outros voarem. O que seriam essas asas senão a condição que temos de Ministrar e oferecer Johrei as pessoas que buscam a paz, a saúde e a prosperidade!


Quanto aos ataques, calunias etc..isso não é problema nosso..Queremos mais é voar, dando asas a um número cada vez maior de pessoas e ensinando-as também a estender suas asas a outros que buscam socorro. E algo que me chama a atenção é que quem nos ataca tem um motivo grande para isso, sabe qual é? A resposta é simples, EU TENHO UM GRANDE SONHO..e não desistirei dele, enquanto isso, hienas e abutres tentam fazer com que fiquemos desanimados para desistir. Eu não vou e espero que vocês nunca desistam de seus sonhos!!!


“ É na insignificância que se conquistam os grandes significados, é na pequenez que se realizam os grandes atos. “


Vamos ser como as andorinhas e fazer como Meishu Sama cita em seu trecho final no salmo:


“O coração de Deus continua prolongando o fim dos tempos.

Quer salvar mesmo que seja mais uma pessoa.”


Boa missão a todos, que busquem as alturas, e se preciso for, aprender a agir como uma insignificante e brava andorinha”.


Que tenham uma vida cada vez mais abençoada !!!


Reverendo Dorgival



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